Tento segurar o poema
inacabado
e agarro-me às silvas,
ainda que saiba que as mãos ficarão rasgadas
e as pernas trémulas do medo
da fragilidade das hastes
perante o meu peso.
Procuro numa mirada rápida um arbusto
que me sugira ser mais robusto,
mas nada vejo.
Penso: Terá que ser o silvado
a livrar-me da queda
no chão rochoso do despenhadeiro.
Assim,
tomo-o como um amigo verdadeiro,
aperto com força
e ele
tudo faz para me
manter o brilho na voz,
a lua no olhar
e, nas mãos
o poema continuará
por acabar.
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