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Sintra/Miranda do Douro, Portugal
Gosto de pintar,de escrever e de fazer trabalhos manuais.Sou simples e verdadeira. Tenho que pôr paixão naquilo que faço, caso contrário fico com tédio. Ensinar, foi para mim uma paixão; escrever e pintar, continua a sê-lo. Sou sensível e sofro com as injustiças do Mundo. A minha primeira língua foi o Mirandês. Escrevo nessa língua no blog da minha aldeia Especiosa em, http://especiosameuamor.blogspot.com em Cachoneira de Letras de la Speciosa e no Froles mirandesas.

quinta-feira, 5 de março de 2015

Bi la tue risa

A Amadeu, adonde steia!



(Bilingue)

Quien sticará l die madrugada afuora,
quando l siléncio nace na cidade?
Quien será farol na aldé
apuis que las bumbielhas de la ruga
se apáguen?
Quien será cumpanha
apuis que ls delores apérten?
Quien será beneiro
por adonde mánen las palabras?
Quien será nino
a sigurar la boladeira de ls suonhos?

Na preça de casa
deixabas colgado un cerron
cun la lhéngua
cun que nunca t´aquestumeste a sonhar.

Apuis que cerrabas la puorta,
outra s´ancarrapitaba por ti
i te fazie cumpanha na spertina.
Çque la cidade ardie
cun l nerbioso de formigueiros a botar gente,
cargabas ne ls ombros la cerrona
para amanhar modo de remendar ls buracos
que outros fazien an muitas bidas.

Quien mirará pal sien abrigo
para ber se se lhabou
ou s´inda ten la camisa
toda cagada, de la biespura?!

Hoije a la pormanhanica,
quando bi ua flor acabada de salir
i a mirar para mi cun un sunriso abierto,
bi nessa flor la tua risa…


Vi o teu sorriso


Quem prolongará o dia
madrugada fora
quando o silêncio nasce na cidade?
Quem será farol na aldeia
quando as luzes da rua se apagam?
Quem será companhia
quando as dores apertam?
Quem será veio
por onde brotem as palavras?
Quem será criança
para segurar o papagaio dos sonhos?

Na entrada de casa
deixavas dependurado um saco
com a língua
com que nunca te habituaste a sonhar.
Depois fechavas a porta
e outra se enleava em ti
e te fazia companhia até a desoras.

Logo que a cidade ardesse
com o nervoso de formigueiros a deitar gente,
carregavas nos ombros a sacola
para conseguires remendar os buracos
nas roupas que outros faziam
nas vidas de muitas pessoas.

Quem olhará o sem abrigo
para ver se tomou banho
ou se está ainda a usar
a camisa suja da véspera?

Hoje de manhazinha,
quando uma flor acabada de abrir
me sorriu com um sorriso aberto,
vi nessa flor o teu sorriso...




Adelaide Monteiro
5/3/2015

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