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Sintra/Miranda do Douro, Portugal
Gosto de pintar,de escrever e de fazer trabalhos manuais.Sou simples e verdadeira. Tenho que pôr paixão naquilo que faço, caso contrário fico com tédio. Ensinar, foi para mim uma paixão; escrever e pintar, continua a sê-lo. Sou sensível e sofro com as injustiças do Mundo. A minha primeira língua foi o Mirandês. Escrevo nessa língua no blog da minha aldeia Especiosa em, http://especiosameuamor.blogspot.com em Cachoneira de Letras de la Speciosa e no Froles mirandesas.

terça-feira, 24 de setembro de 2013

Enquanto és!...



Canta o amor
mesmo que as cordas apertem
os acordes da guitarra ...
e os ventos velozes passem
sem levar o teu cantar.
Há tantos beijos espalhados
pelo chão em desalinho,
há abraços amontoados
em antebraços, perdidos,
tantos olhares que se perdem
por olhares não merecidos,
tanto doce, tanto mel,
em frascos que estão partidos.

Canta o amor
mesmo que na guitarra
já haja cordas partidas
e a tua voz se lance no abismo,
sem rede, cantando sozinha.
Há tantas vozes que se calam
por não treinarem o canto,
tantos poemas se esquecem
por se lhes esvanecer a cor,
tantas letras e palavras
esquecidas em ruas mudas,
tantos silêncios que matam
a génese, ao desabrochar.

Canta o amor
antes que à fonte
se lhe seque a nascente.
Há tanta água que brota,
que corre à pressa e não cria
o que deveria criar.
Há tanta água que rasga
em vez da terra regar,
há tanto fruto largado
por não se saber saborear.

Canta o amor enquanto és!…

segunda-feira, 23 de setembro de 2013

E a fonte!



Morro lentamente em cada fonte
que aos poucos agoniza em ais,
em cada rã a escavar à procura de dormida,

em cada sapo de pele gretada
buscando a viscosidade perdida.

Morro lentamente quando por ti passo,
 freixo,
sedento,
 estendendo as raízes à terra em chamas

e ardendo por dentro
antes que seja tempo
das folhas fazer  despedidas.

Ardo em chamas e morro lentamente,
 Ah!, se morro e como me  dói este morrer lento!…

Há um ressumar leve nos meus olhos
Que, por lhe faltar sal não chega a lágrima
e não chega a chuva por lhe faltar ousadia.
 Há um morrer lento no beiral
onde o ninho chora a partida da andorinha.

Morro lentamente neste tempo
em que as promessas não me agitam,
 por descrédito!


Morro lentamente quando vejo
 a sepultura que para mim cavaram,
mas juro, não deixarei
que me matem por inteiro!…

Como o freixo, a rã, o sapo, o ninho!
E a fonte!

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