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Sintra/Miranda do Douro, Portugal
Gosto de pintar,de escrever e de fazer trabalhos manuais.Sou simples e verdadeira. Tenho que pôr paixão naquilo que faço, caso contrário fico com tédio. Ensinar, foi para mim uma paixão; escrever e pintar, continua a sê-lo. Sou sensível e sofro com as injustiças do Mundo. A minha primeira língua foi o Mirandês. Escrevo nessa língua no blog da minha aldeia Especiosa em, http://especiosameuamor.blogspot.com em Cachoneira de Letras de la Speciosa e no Froles mirandesas.

domingo, 4 de setembro de 2011

Gostava...

Gostava que me viesses visitar logo pela manhã e me trouxesses um ramos de flores orvalhadas, colhidas numa horta, multicolores, crescidas ao lado dos feijoeiros e das cebolas, misturando o seu perfume com o odor forte dos tomateiros.

Sabes?!... há hortelões que são poetas e amantes do belo. E há-os também pintores.
Pintam as suas hortas como quem pinta telas em nuances frescas e coloridas. Num lado o verde esvoaçante e vivo dos feijoeiros de hastes altas, depois, um verde sépia das cebolas e das beringelas, logo a seguir, imponente, o verde escuro dos pimenteiros. Na ponta, espraia-se o verde das aboboreiras matizadas de flores amarelas, onde as abelhas laboram intensamente, e,  numa ponta qualquer, florescem cécias, flores que aqui são conhecidas por marianas.

Tal como nas hortas dos pintores, também há flores nas hortas dos poetas, só que, nestas, os legumes dançam, esvoaçam, como se fossem letras à procura da sua palavra, da sua estrofe, do seu poema. Bailam em bicos de pés para não apertarem a terra acabada de regar e para não sujarem o poema.

Gostava que passasses logo de manhã pelas hortas dos poetas e nelas colhesses um punhado de poesia.
A mim, presenteia-me com as flores orvalhadas.
A poesia, vai-a espalhando pelas aldeias, em acenares, em boas tardes, em sorrisos. É que, há hotelões nas aldeias, onde a poesia deixou de sersentida, há muito!...É que, os caminhos até à horta,  têm um piso incerto, e, os hortelões-poetas deixaram de lhes sentir a poesia dos passos firmes com que escreviam os caminhos.

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