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Sintra/Miranda do Douro, Portugal
Gosto de pintar,de escrever e de fazer trabalhos manuais.Sou simples e verdadeira. Tenho que pôr paixão naquilo que faço, caso contrário fico com tédio. Ensinar, foi para mim uma paixão; escrever e pintar, continua a sê-lo. Sou sensível e sofro com as injustiças do Mundo. A minha primeira língua foi o Mirandês. Escrevo nessa língua no blog da minha aldeia Especiosa em, http://especiosameuamor.blogspot.com em Cachoneira de Letras de la Speciosa e no Froles mirandesas.

domingo, 25 de setembro de 2011

Com lágrimas mais salgadas e folhas mais ocres


É o começo do Outono, também o meu Outono,
 quando as folhas se me vão aninhando no regaço,
a pele se vai tornando mais fina, e,
 perdida a textura de seda lisa
 vai sendo engomada por aprendiz,
com vincos onde não devia.

Foi neste Outono soalheiro que te vi,
te conheci,
 tu que foste a princesa que eu não pude ser,
por causa da imensidão dum mar,
e do barco onde não me deixaram embarcar.

E assim cresci,
 como pude crescer,
 na medida em que os trabalhos de menina
 me deixaram ser,
quiçá menos menina.

Muitas vezes me questiono que pessoa seria
 noutro sítio que desconheço,
 onde os vales seriam diferentes do vale do Molinico
que me fez verter lágrimas
enclausuradas entre dois montes
e,
sem o ar que me bastasse.

Sabes?
Senti uma ponta de ciúme e de inveja,
quando me disseste que o  adoravas,
por ser doce e lindo, lindo
e te chamava princesinha.

Como eu gostava de ter sido princesa,
também eu princesa
naqueles olhos vivos cor de café!

As folhas vão-se-me soltando nesta manhã
e as lágrimas vão-me caindo peito abaixo
e molham o colchão ocre
que se aninha no meu regaço!

Agora
Já não posso ouvi-lo
E é por isso que as lágrimas me são mais salgadas
E as folhas mais ocres…

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