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Sintra/Miranda do Douro, Portugal
Gosto de pintar,de escrever e de fazer trabalhos manuais.Sou simples e verdadeira. Tenho que pôr paixão naquilo que faço, caso contrário fico com tédio. Ensinar, foi para mim uma paixão; escrever e pintar, continua a sê-lo. Sou sensível e sofro com as injustiças do Mundo. A minha primeira língua foi o Mirandês. Escrevo nessa língua no blog da minha aldeia Especiosa em, http://especiosameuamor.blogspot.com em Cachoneira de Letras de la Speciosa e no Froles mirandesas.

quinta-feira, 13 de maio de 2010

Divagações sobre a crise

Tudo começou com a grande crise financeira americana, essa descalabro financeiro que as agências de rating não preveniram por falta de uma análise criteriosa e atempada e que com ele arrastou outros Estados, nomeadamente da Europa, mas não só, devido aos negócios financeiros em cascata.
Essas mesmas agências de rating, que nada fizeram para prevenir a crise na América, ( são todas americanas) vêm agora dizer, e, segundo consta, com estudos feitos em cima do joelho, que Portugal e Espanha estariam com o risco igual ao da Grécia, de incobrabilidade das dívidas, quer a nível público, quer privado.
Com esta notícia o euro desceu, o dólar subiu, o que aliás interessa aos EUA, que com tudo isto o dólar saia fortalecido e, se possível o euro deixe de existir. Assim o dólar poderia voltar a ser como quase sempre foi, a moeda que ditou regras nos mercados financeiros e comerciais.
Porquê que não há agências de rating europeias? Claro que traz água no bico, só pode trazer, mas agora vou divagar por outro caminho.
A Europa arrepiou-se, os estados mais ricos, nomeadamente a Alemanha pela voz de Angela Merkel torceram o nariz à necessidade da constituir o fundo de coesão para ajudarem os Estados em dificuldades. Depois houve acordo, a União é isso mesmo.

Em parte, eu pessoalmente compreendo a Alemanha e o seu povo que se levantou dos escombros das guerras e da vergonha, sozinho, tudo devido ao seu modo de ser metódico, contido, lutador.
Os nossos eurocépticos já esfregavam as mãos perante a iminência de o euro deixar de existir, como se nós, país pequeno e encostado ao mar que pouco nos dá, pudéssemos sobreviver orgulhosamente sós…
Está na hora de arregaçarmos as mangas para sair da crise e, saindo vitoriosa a Europa, como se espera, ela sairá reforçada. Há crises que em bem chegam, para que se acorde e olhe para o porquê das coisas e, para futuramente não se repetirem os mesmos erros.
Houve já o compromisso por parte dos três Estados da adopção de medidas apertadas com vista à diminuição drástica do défice até ao fim de 2011.
No caso de Portugal a Comissão Europeia exigiu a aplicação de medidas, muito para além das que constavam do PEC.
José Sócrates reuniu com Pedro Passos Coelho que acordaram num plano para aumento de receitas.
Claro está, que no meio disto tudo quem tem que mais sofrer é o mexilhão, aqueles que sempre pagaram os impostos.
Assim, a meta é a descida do défice em 2010, para 7,3% e em 2011, para 4,6% à custa do aumento de receita.
Aumento de um ponto percentual em cada uma das taxas do IVA; uma taxa extraordinária de 2,5% sobre as empresas com um lucro tributável de IRC de ou superior a dois milhões de euros; uma redução de 5% dos salários dos políticos, gestores públicos e afins; uma taxa extraordinária de 1% para os funcionários públicos com ordenados até 2 375 euros, ou 1,5% se superiores.
A tributação das mais valias dadas pela diferença entre as mais e as menos valias com um reporte das menos valias de três anos, tenho as minhas dúvidas que vá avante, como aliás noutras situações sucedeu. Espero que desta vez sejam tributadas, caso contrário, a equidade fiscal que deveria existir ainda fica mais beliscada.
Agora, no meio disto tudo quem é que mais vai sofrer? Quem já agora, mais aperta o cinto…
Os políticos e afins podem perfeitamente com o arrombo, mas os outros?
Os bens todos mais caros, a redução nos ordenados, e , não tendo como possam fugir a este destino, são entrincheirados por causa de faltas que não cometeram. Sim, porque uma parte do défice deve-se à cobertura por parte do Estado das falcatruas de banqueiros irresponsáveis e vigaristas, valores de obras públicas que sempre derrapam, comissões, etc. etc. etc…
Quanto às empresas com lucros tributáveis de pelo menos três milhões hão-de fazer de tal modo engenharia fiscal e contabilidade criativa que não só vão pagar menos IRC por ficarem aquém daquele valor, como consequentemente não pagarão o imposto extraordinário.

Porquê que não aplicam uma taxa mais elevada aos lucros da banca? Porque se iria repercutir nos utilizadores dos serviços bancários, dizem. E então o aumento do IVA não vai repercutir-se nos preços dos bens e serviços?
Porquê que não diminuem despesas de investimento e mesmo correntes?
Porquê que a frota de automóveis dos detentores de cargos públicos em vez de ser de alta cilindrada e muitas vezes gama alta, não é um carro utilitário? Em vez de ser trocados de quatro em quatro anos que é normalmente o período de duração do contrato de leasing porquê que não se opta pela compra em vez de fazer outro contrato para novos veículos de modo a que durassem o mesmo tempo que duram os carros das pessoas normais que não vivem de aparências?
Há muito onde se possa poupar na despesa de modo a evitar entrar-se até ao fundo dos bolsos dos que já por si são sempre cumpridores em matéria fiscal.
Os faltosos crónicos serão perpetuados haja ou não crise.
Quem se trama?!!!...
Que seja ao menos para não irmos todos ao fundo do poço…




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