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Sintra/Miranda do Douro, Portugal
Gosto de pintar,de escrever e de fazer trabalhos manuais.Sou simples e verdadeira. Tenho que pôr paixão naquilo que faço, caso contrário fico com tédio. Ensinar, foi para mim uma paixão; escrever e pintar, continua a sê-lo. Sou sensível e sofro com as injustiças do Mundo. A minha primeira língua foi o Mirandês. Escrevo nessa língua no blog da minha aldeia Especiosa em, http://especiosameuamor.blogspot.com em Cachoneira de Letras de la Speciosa e no Froles mirandesas.

domingo, 31 de janeiro de 2010

Este recanto é nosso

Viajo sobre um manto branco de núvens, cama fofa onde me deito embalada pela lua que, mesmo discreta, me envia brilho com o sol a pique.
Deito-me aconchegada naquele berço e acabo por adormecer.
Em sonhos, tu estavas a meu lado e, ao acordar, os meus braços estavam a enlear o infinito, num abraço.
Ainda a sonhar, esfreguei os olhos, desviei uma nuvem e olhei para baixo.
Acenaste-me duma planura dourada; estavas em pé, em cima de um rochedo com algo na mão a agitar, fazendo-me sinais para que eu travasse o vento e a núvem me não levasse para outros mundos.
Pedi aos deuses para que o vento deixasse de soprar, para que a minha viagem terminasse e eu pudesse descer naquele apeadeiro.
Depois, consegui ouvir a tua voz que me dizia que que aquele recanto era o nosso mundo.
Desci da nuvem branca, sentei-me a teu lado e tu ofereceste-me uma folha de papel que manchei com desenhos e frases onde se contavam histórias de mouras encantadas, de gigantes rochas com suas bocas fantasmagóricas, de medos.
Ali ficámos até o dia se deitar e as estrelas virem beber a luz à lua, aquelas estrelas que dormiam enquanto eu dormia na cama suspensa, de algodão.

É um pouco disto, a sensação que tenho, quando viajo de avião acima das núvens e vislumbro as paisagens em miniatura que vão ficando para trás. O desejo de dormir naquela cama imaculada.

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