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Sintra/Miranda do Douro, Portugal
Gosto de pintar,de escrever e de fazer trabalhos manuais.Sou simples e verdadeira. Tenho que pôr paixão naquilo que faço, caso contrário fico com tédio. Ensinar, foi para mim uma paixão; escrever e pintar, continua a sê-lo. Sou sensível e sofro com as injustiças do Mundo. A minha primeira língua foi o Mirandês. Escrevo nessa língua no blog da minha aldeia Especiosa em, http://especiosameuamor.blogspot.com em Cachoneira de Letras de la Speciosa e no Froles mirandesas.

sábado, 5 de dezembro de 2009

...sentada no silêncio

Quase, quase cansada,...
neste siléncio que reconforta,
quebrado pelos sons ténues dum violino imaginário.
Sento-me no peito doce desta solidão desejada e aqui, eu sou eu, sou tu, sou tudo, sou nada.
Desejo continuar a conversar com o vazio da sala onde dedilho, teclas que pertubam esta quietude mas que ao mesmo tempo me enfeitiçam;... este som que tantas vezes desejo, este som que desesperadamente procuro, este dedilhar que me evade em asas transparentes, quando em pontas de ballet, me solto.
Tudo dorme à minha volta, o vento recolheu-se na caverna, está cansado de tanto se agitar e as folhas amarelecidas do diospireiro, quase soltas, a agarrarem-se a pequenos nada para não caírem, finalmente sossegaram, com o vento preso.
Também as folhas estão a respirar o mesmo silêncio desta madrugada fria.
Escuta, encosta-te ao lado esquerdo do meu peito, ouve o bater leve, tão leve, passarinho a dormir no ninho, enroscado.
Ouviste silêncio, ouviste o bater do meu pobre coração?
Estou quase cansada... as minhas pálpebras vão-se fechando em pestanejos, espassadamente, para que os meus olhos se deleitem em horizontes longínquos, perdidos...
Silêncio, consegues sentir??!!
Os dois estamos cansados, eu e tu!!!...

1 comentário:

  1. Depois de ler duas vezes este texto, ocorreu-me que a sua sensibilidade, Adelaide Monteiro, é, por enquanto, mais rica que a sua capacidade de exprimi-la literariamente. O recurso a frases líricas mas banais, como "o vento recolheu-se nas cavernas" ou "bater do meu pobre coração" não é o melhor caminho embora seja o mais fácil. Vale a pena exigir um pouco mais na procura das palavras que possam exprimir com outra profundidade e autenticidade a riqueza do seu lirismo. Veja: é o que acontece com Eugénio de Andrade, que é, talvez, o mais contido e o mais profundo dos poetas portugueses contemporâneos. Por favor, entenda que esta "crítica" deriva apenas de interesse literário pelo que escreve no blog. E interprete-a com a liberdade que todos os autores têm perante os seus críticos.
    Orestes

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